ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 25.04.1990.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Segunda Sessão Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Valdir Fraga, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e Clóvis Ilgenfritz. Constatada a existência de "quorum", o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Wilson Santos que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata da Vigésima Primeira Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Vigésima Sessão Ordinária, foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 01 Pedido de Informações; pelo Ver. Décio Schauren, 01 Projeto de Lei do Legislativo n° 31/90 (Processo n° 769/90); pelo Ver. Dilamar Machado, 02 Projetos de Lei do Legislativo n°s 29/90 (Processo n° 750/90) e 30/90 (Processo n° 751/90); pelo Ver. Edi Morelli, 06 Pedidos de Providências; 01 Indicação; pelo Ver. Ervino Besson, 10 Pedidos de Providências; pelo Ver. Leão de Medeiros, 01 Projeto de Lei do Legislativo n° 28/90 (Processo n° 739/90); pela Verª. Letícia Arruda, 08 Pedidos de Providências; pelo Ver. Luiz Machado, 04 Pedidos de Providências; 01 Pedido de Informações. Ainda, foram apregoados o Ofício n° 209/90, do Sr. Prefeito Municipal; o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 07/90 (Processo n° 824/90) e o Projeto de Lei do Executivo n° 21/90 (Processo n° 823/90). Do EXPEDIENTE constou o Ofício n° 01/90, da Comissão Especial para estudar problema relativo à abertura do Cais do Porto. Após, foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Flávio Koutzii e Artur Zanella, solicitando, respectivamente, Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, e Licença para Tratamento de Saúde, no período de vinte e cinco e vinte e sete do corrente. Em continuidade, o Sr. Presidente declarou empossados na Vereança os Suplentes Heriberto Back, em substituição ao Ver. Flávio Koutzii, e Martim Aranha, em substituição ao Ver. Artur Zanella. Ainda, informando que S.Exas já prestaram compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensadas de fazê-lo, comunicou-lhes que passariam a integrar, respectivamente, as Comissões de Finanças e Orçamento e de Economia e Defesa do Consumidor. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Braz comentou visita feita por Comissão Especial da Casa, às Casas da Criança do Município. Declarou que o estado precário em que as mesmas se encontram representa um enorme prejuízo para a Cidade, resultando do abandono atual destes prédios. Defendeu a busca e punição legal dos responsáveis pela destruição deste patrimônio público. A Verª. Letícia Arruda discorreu sobre o Projeto de Lei do Executivo referente ao reajuste do funcionalismo público, criticando os dez por cento concedidos, em vista do alto índice inflacionário verificado em março último. Lamentou que o Pref. Olívio Dutra esteja tentando lançar sobre os servidores a culpa pelo quadro crítico apresentado pelas finanças municipais. O Ver. Wilson Santos teceu comentários sobre o estado pré-falimentar em que se encontra a Delegacia de Tóxicos, com a falta de recursos humanos e de equipamentos adequados. Apelou à Bancada do PT e ao Pref. Olívio Dutra no sentido de ser implantado o serviço de prevenção ao uso das drogas e de assistência ao viciado, aprovado por este Legislativo. O Ver. Airto Ferronato registrou o transcurso, hoje, do Dia do Contabilista, congratulando-se com essa categoria e discorrendo sobre a importância do trabalho por ela realizado para o desenvolvimento da sociedade atual. Analisou a situação dos contadores do BRDE, após o início do processo de liquidação daquele Banco. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. José Valdir reportou-se ao pronunciamento do Ver. Luiz Braz acerca das “Casas da Criança” do Município. Discorreu sobre a tramitação do Projeto referente às mesmas neste Legislativo e a falta de consulta à comunidade quanto ao assunto. Falou acerca de irregularidades observadas na venda de terrenos visando recursos para a construção destas Casas, bem como durante o processo de suas construções. O Ver. Ervino Besson disse ter integrado Comissão que efetuou visita a Casas da Criança do Município, quando foram verificadas diversas irregularidades em face de seu abandono pela atual administração. Discorreu sobre a falta de segurança pública observada em Porto Alegre, relatando assalto que assistiu ontem à noite e salientando o clima de medo em que se encontra a população. O Ver. Clóvis Ilgenfritz discorreu sobre a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal. Analisou a ideologia política seguida por seu Partido, ressaltando buscar a mesma o efetivo exercício político pela classe trabalhadora, proposta essa seguida pela Administração Popular. Atentou para o elevado índice de participação da comunidade observado nos projetos em estudo ou andamento na Cidade. E o Ver. Dilamar Machado referiu-se ao pronunciamento do Ver. José Valdir, acerca da venda de terrenos públicos para a construção de Casas das Crianças no Município. Comentou Projetos do Executivo em tramitação na Casa, relativos à concessão de aumento nas tarifas do DMAE e ao reajuste do funcionalismo municipal. Falou sobre substitutivos que estão sendo elaborados na Casa referentes a esses dois projetos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib, reportando-se à publicação do PT acerca da Administração Popular, criticou as políticas salariais e de tarifas dos transportes coletivos e da água por ela seguidas. Expôs análise feita sobre a composição dessas tarifas. Disse estar encaminhando Emenda ao Projeto do Executivo que reajusta as tarifas do DMAE. E o Ver. Clóvis Brum registrou a realização, hoje pela manhã, de encontro de Vereadores do PMDB, salientado ter sido decidido que o processo sucessório deverá ocorrer conjuntamente com as eleições de diretórios, buscando-se o diálogo com os partidos de esquerda. Comentou Projeto do Executivo que reajusta as tarifas do DMAE, anunciando substitutivo para essa matéria. Após, foi apregoado Substitutivo ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 05/90 (Processo 551/90), assinado pelos Líderes das Bancadas do PTB, PCB, PDS, PMDB, PL e PDT. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Decreto Legislativo n° 05/90 e o Projeto de Resolução n° 38/89. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Airto Ferronato, solicitando que o Projeto de Decreto Legislativo n° 05/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data; do Ver. Artur Zanella, de Voto de Congratulações com Assis Roberto de Souza, Secretário da Secretaria do Estado do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas, por ter aprovado a implantação das malhas viárias da Av. Protásio Alves e Estrada Costa Gama; de Voto de Pesar pelo falecimento de Valdir Poester Albuquerque; do Ver. Cyro Martini, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia vinte e sete de julho do corrente ano seja dedicado a homenagear o Motorista e o Despachante pela passagem dos seus dias; solicitando que o Projeto de Resolução n° 38/89 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data; do Ver. Dilamar Machado, de Voto de Congratulações com as Lojas Paquetá Ltda., pelo incentivo ao esporte amador, com a realização da 2ª Copa Paquetá de Futebol Amador na Capital e cidades da Grande Porto Alegre; do Ver. Jaques Machado, de Voto de Congratulações com a União dos Destaques Carnavalescos de Porto Alegre e Rio Grande do Sul, pela sua fundação; do Ver. João Dib, solicitando a realização, dia dez de maio do corrente ano, de uma Sessão Solene dedicada a homenagear as Mães; de Votos de Congratulações com a Rádio Guaíba; com o Jornal Zero Hora, pelo transcurso de seus aniversários de fundação; de Voto de Pesar pelo falecimento do Sr. Welly Raimundo Cantergiani; do Ver. Leão de Medeiros, de Voto de Pesar pelo falecimento de José Câmara Fagundes: do Ver. Nelson Castan, solicitando a realização, dia quatorze de agosto do corrente ano, de Sessão Solene dedicada a homenagear o Clube dos Diretores Lojistas, em razão de seu aniversário; do Ver. Valdir Fraga, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia três de maio do corrente ano seja destinada à apresentação do novo Plano de Segurança para Porto Alegre, pelo Cel. Jair Portela dos Santos, Comandante do Policiamento da Brigada Militar da Capital; do Ver. Wilson Santos, de Voto de Congratulações com o PM Francisco Carlos de Oliveira Júnior e seu companheiro PM Gilberto, por terem demonstrado esmero e competência para encontrarem a moto roubada de Luciano Bordin; do Ver. Wilton Araújo, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 03/90 seja considerado em regime de urgência. Às dezesseis horas e vinte e três minutos foi efetuada nova verificação de "quorum", por solicitação do Ver. Clóvis Brum. Constatada a inexistência de "quorum", o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e Lauro Hagemann e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Wilton Araújo e Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 


O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Sobre a mesa Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, solicitando Licença para Tratar de Assuntos Particulares no dia de hoje.

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Flávio Koutzii e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Artur Zanella, solicitando Licença Saúde do dia 25 ao dia 27 do corrente.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Artur Zanella e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz, em tempo de Liderança pelo PTB, cinco minutos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ocupo o espaço, não pela liderança do PTB, mas pelo Presidente da Comissão Especial que hoje, juntamente com os Vereadores Vieira da Cunha, Letícia Arruda, Ervino Besson, foi fazer uma visita às construções das denominadas Casas da Criança. Acompanhados pelos repórteres da TVE fomos até a construção da Casa da Criança do Parque Vale Verde, depois no Parque dos Maias, na Vila Max Gheis, e também lá na Vila da Páscoa.

Ver. Dilamar Machado, as Casas da Criança foram construídas durante a gestão do Prefeito Alceu Collares. Foi votada aqui nesta Casa durante a gestão do Prefeito Alceu Collares, quando era Secretária da Educação a Profª Neuza Canabarro.

E digo a V. Exas que o Projeto Casa da Criança, aprovado aqui neste Legislativo, construídas algumas Casas, concluídas algumas delas, destruídas algumas delas, dilapidadas algumas delas, trata-se sem dúvida alguma o maior roubo já praticado nesta Cidade, com relação a patrimônio público.

Jamais nós aprovamos aqui nesta Casa qualquer tipo de projeto que pudesse dar prejuízo tamanho a esta comunidade como foi o projeto que aprovamos aqui no ano de 1987, intitulado Casa da Criança.

Tudo aquilo que foi gasto no Projeto Casa da Criança, todos aqueles terrenos naquela área nobre da Érico Veríssimo que foram vendidos para que o produto daqueles terrenos fosse empregado nas Casas da Criança, todo este montante, todos estes recursos, quando se vai visitar estas construções das Casas da Criança, Ver. João Dib, simplesmente vamos encontrar o nada. É o abandono e digo isto porque hoje ouvimos dos moradores de lá onde mora o Ver. José Valdir de que a Administração Alceu Collares construiu as Casas e entregou a Administração do PT e ela simplesmente ignorou e fez com que cada Casa da Criança que custou a venda de terrenos em áreas nobres da Cidade, que custou dinheiro dos munícipes da Cidade, que cada Casa da Criança que foi implorada neste Plenário pelos Vereadores da legislatura passada como um projeto que iria resolver a vida das crianças carentes da Cidade. No Parque dos Maias II o líder comunitário disse para nós que o Prefeito Olívio Dutra disse para ele que irá contratar para reconstruir. Só que não se importa o Prefeito com o prejuízo que já foi causado para aquela população. O que queremos é que os responsáveis pelos prejuízos à população sejam punidos na forma da lei. Este é um recado para a Bancada do PT nesta Casa não basta colocar mais dinheiro do Município para sanar um erro que foi cometido por esta Administração, o que é importante realmente é que o responsável por aquele desmando seja punido na forma da lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra a Verª Letícia Arruda, pelo PDT, em Comunicação de Liderança.

 

A SRA. LETÍCIA ARRUDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, falo, com muita honra, em nome da maior Bancada desta Casa, a Bancada do glorioso Partido Democrático Trabalhista. Falo em nome da minha Bancada e também como funcionária do Município de Porto Alegre. Falo com muita honra, pois sou funcionária concursada desta Câmara. E, por isto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores - vou mandar um recado ao Sr. Olívio Dutra: (Lê.)

“Dois pesos e duas medidas. Assim considero esta proposta, que julgo indecorosa e antiética de conceder-se aos servidores do Município, reajustes de 10% em abril e 10% em maio.

O Senhor Prefeito Municipal, figura maior da autodenominada Administração Popular, que de popular não tem nada, parece ter esquecido, numa amnésia fantástica, a inflação de 84,32% de março último.

Esqueceu-se ou é uma provocação o que está fazendo o Senhor Prefeito.

E é tão imoral sua proposta que chega até as raias da loucura, porque, mais uma vez, procura a Administração petista jogar o povo contra os servidores, dizendo que, com o pagamento destes, não se pode fazer obra alguma, pois as despesas com a classe municipária chegam a 98% e ele, o gênio em finanças, quer que isto atinja tão só a 65%.

E a custa de quem? Da pobre e sacrificada classe de servidores do Município.

Mas, o Senhor Prefeito, e seu séqüito de incompetentes, não são tão inocentes quando esquecem a inflação de março.

Ela não vale para os municipários, mas vale para a tarifa d’água, que já está sendo aplicada nas contas de abril em curso.

O que nos parece, nesta filosofia de “Dois Pesos e Duas Medidas” é sem dúvida, que o Senhor Prefeito Municipal, bancário que é, aprendeu muito com os banqueiros e está fazendo, justamente, o jogo que seus patrões sempre fazem em quaisquer movimentos de reajuste de salários.

Quando se tem o direito de 84,32%, oferece 10%.

Depois, as negociações serão feitas, com avanços e recuos, até chegar-se a um denominador comum, que interessa aos patrões banqueiros.

O Senhor Olívio Dutra, em má hora, levado à Prefeitura virou um bom, um excelente patrão, ao invés do tão decantado líder sindical, forjado nas lutas de classe que defendia.

Agora, passou a ser patrão. Um Prefeito patronal, que chega, até, surpreendentemente, a jogar o povo contra os municipários, dizendo que afinal, sou Prefeito de todos e não só dos servidores do Município.

Isto tudo, parece-me uma coisa fantástica; tamanha mudança em tão pouco tempo: de líder sindical a patrão de um capitalismo desalmado.

É isto aí. Dois pesos e duas medidas. Para os impostos e tarifas, vale a inflação de março último. Para os servidores, não. Quem te viu e quem te vê.”

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Wilson Santos, em tempo de Liderança.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Vale dos Sinos já está identificado como um ponto que está na rota do tráfico de drogas. É uma situação delicada, realmente grave, independentemente disto, nós temos que dizer que o ex-presidiário Caco, foragido da penitenciária de Uruguaiana, teve a sua boca de drogas destruída ontem, e inclusive os dois principais traficantes que trabalhavam com Caco, conseguiram fugir. Mas, Sr. Presidente, eu quero estabelecer dois raciocínios, o primeiro é que a Delegacia de Tóxicos está em situação pré-falimentar ou até poderia dizer que está falida. A Delegacia de Tóxicos conta apenas com 13 funcionários. Está desaparelhada, quando nós sabemos que a própria quadrilha do Jorginho da Cruz que é traficante, tem cinqüenta componentes. Uma quadrilha tem cinqüenta componentes. A Delegacia que deve combater tem apenas treze funcionários.

Por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes a esta Sessão, nós temos certeza de que não só a Delegacia de Tóxicos está falida. A Secretaria de Segurança Pública está falida. E só o Governador faz questão de não enxergar. Ele fez uma reunião no Palácio com farto material publicitário de que estava fazendo segurança no Centro da Cidade. Eu quero declarar que para dar uma sensação de segurança no Centro da Cidade foi retirado um pelotão de cada batalhão que faz o policiamento de bairro. Então, tapou a cabeça, destapou os pés, a canela, os joelhos. Então, é de remendo em remendo que pretende o Sr. Governador do Estado dar uma falsa impressão de que existe segurança.

Dentro deste quadro eu venho à tribuna para fazer um apelo à Bancada do PT e ao Prefeito de Porto Alegre que implante, ou tome medidas neste sentido, o serviço aprovado nesta Casa. Aprovamos com a concordância do Sr. Prefeito Municipal Olívio Dutra e da Bancada do PT, um serviço de prevenção ao uso de drogas e recuperação de viciados. Exatamente no momento em que a repressão a este mal falha, mais do que nunca se justifica a ação preventiva, educativa e a recuperadora. Neste ponto andou certo o Governo do Estado, pois instalou no Hospital Parque Belém uma Unidade Experimental e em seis meses ela passou a dar atendimento a 2.400 drogados e suas famílias, porque voluntariamente estes acorreram àquele local à procura de auxílio. Mas, sabemos que a mercantilização dos tóxicos, os traficantes estão cada vez mais viciando um número maior de pessoas. É através da prevenção, educação e recuperação que podemos fazer alguma coisa. Acredito que S. Exª o Prefeito Olívio Dutra, com a Srª Secretária Municipal de Saúde, poderão implantar o serviço de prevenção ao uso de drogas e recuperação de viciados em Porto Alegre, não terá ônus maior, porque a equipe técnica, médicos, psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, a equipe ligada à própria área do Direito, todas elas, poderão ser de funcionários já do Município ou cedidos do Estado ou União. Assim, o serviço pode ser instalado e prestar um bom auxílio na área, tão carente e tão necessária em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Liderança, com a palavra o Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, hoje, 25 de abril, é o “Dia do Contabilista”, e tenho a satisfação de pertencer a esta valorosa categoria de profissionais. E a eles a nossa homenagem, dizendo que o profissionalismo se constitui no desejo continuado e determinado de aprender para servir. Este espírito que tem impulsionado os contabilistas no sentido de responder a este desafio contribui significativamente para a compreensão e o despertar de nossas consciências, para a importância da cultura contábil e deve se constituir no exemplo maior a ser seguido por todos. Temos absoluta convicção que a dedicação é um estudo aprofundado da contabilidade, que tem notabilizado os contabilistas no campo das atividades científica, educacional, administrativa, política, profissional e econômica, nos leva a compreender o que significa a cultura em seu valor mais intrínseco, ou seja, aquela que nos liberta. Assim enriquecidos com este exemplo, poderão dar continuidade ao vosso profícuo trabalho, desenvolvido até aqui, transformando-se em sólidos elos para a futura geração de contabilistas, isto sem dúvida resultará no constante crescimento técnico, político e cultural da nossa área de atuação, colocando desta forma nossa profissão no lugar que ela realmente merece. E nesse dia, nós gostaríamos de aqui dizer que, quando da intervenção, da liquidação extrajudicial no BRDE, naqueles primeiros momentos dessa intervenção, foi divulgado um balanço patrimonial na Imprensa do Rio Grande do Sul, onde se colocava a situação econômica, financeira e patrimonial daquele Banco perante a opinião pública. E os contadores, funcionários do BRDE, se posicionaram contrários àquele balanço e mostraram ao povo gaúcho que aquele balanço estava equivocado, ou seja, que aquela situação deficitária, que o liquidante tentava mostrar aos gaúchos, na verdade não era a realidade dos fatos. Aqueles contadores se posicionaram daquela forma, em primeiro lugar porque tinham conhecimento técnico na área de atuação que eles desenvolvem. Em segundo lugar, tendo em vista que se posicionavam pelo restabelecimento do BRDE a nível regional pela sua importância no desenvolvimento econômico do nosso Estado e da região Sul. A partir desta posição contrária dos contadores do BRDE ao liquidante e aos dados divulgados pelo liquidante, nós temos hoje que, cessada a liquidação, dois dos assessores do liquidante passaram a exercer as funções de - na atual Administração, e para espanto nosso - contadores. Nós vemos hoje que praticamente nenhum contador do BRDE detém cargo em comissão naquela instituição pública. Para se ter uma idéia, dos 15 cargos em comissão que os contadores do BRDE detinham no momento da liquidação extrajudicial, hoje nós apenas temos dois; e mais, o segundo fato que nós aqui queremos repudiar veementemente é que o contador-geral do BRDE no Rio Grande do Sul é um contador do BRDE de Curitiba, no Paraná. E isto para nós é alguma coisa que demonstra arbitrariedade ou falta de conhecimento da própria direção do BRDE porque a escola de Ciências Contábeis do Rio Grande do Sul é reconhecida como a maior escola das Ciências Contábeis do Brasil. Portanto, a nossa colocação neste dia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Com a palavra o Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o motivo que me traz a esta tribuna é dar uma resposta e eu diria uma primeira resposta, porque esse assunto exige um aprofundamento muito grande, ao Ver. Luiz Braz, que colocou uma série de questões a respeito do problema das Casas da Criança, mas que neste momento estranhamente não está no Plenário. Inicialmente, eu gostaria de dizer que hoje pela manhã nem eu nem o Ver. Décio Schauren pudemos acompanhar a Comissão Externa que trata do assunto, porque tínhamos compromisso, mas esse assunto da Casa da Criança eu acompanhei de perto, mesmo não sendo Vereador. Eu acompanhei esse assunto de perto como líder comunitário, como Presidente da Associação da Vila Nova Gleba, minha vila, porque quando saiu esse programa, nós reivindicamos uma Casa da Criança para a Vila Nova Gleba. Da mesma forma, na época eu era dirigente da UAMPA e acompanhei a discussão do Projeto, inclusive, na época, a UAMPA tirou posição a respeito desse Projeto. Eu gostaria de iniciar polemizando com o Ver. Luiz Braz e colocando que o que ele fala não é bem verdade. Cem Casas da Criança, em primeiro lugar, não foram entregues à Administração Popular, aliás, o dinheiro da venda dos terrenos não dava para construir nem uma parte significativa dessas cem Casas. Eu cito o exemplo da minha experiência pessoal. Essa inscrição para as Casas da Criança, esse “presente” para as vilas populares, era tão bom que teve que se abrir mais um período de inscrição, pois no primeiro só se inscreveram cerca de 50 associações. Teve que se abrir um novo período e fazer-se uma ampla divulgação para tentar convencer as vilas de que “Casa da Criança” era um projeto bom para as vilas. Fui, depois do prazo, inscrever a Associação da Nova Gleba e ainda peguei o 76º lugar. Isso, certamente, não ocorreu porque as vilas estivessem desmotivadas, porque não houvesse problemas nas vilas ou necessidade de creches ou de acompanhamento pré-escolar. Não, isso ocorreu porque os núcleos comunitários assim que tomavam conhecimento do projeto, desistiam ao saber como o mesmo era constituído. Quero deixar claro que o que a Administração Popular recebeu quando assumiu o Governo, é completamente diferente do que podem dar a entender determinados discursos. Vejamos: oito Casas concluídas ou praticamente concluídas. Essas oito Casas são: a da Vila Nova, concluída; a da Cavalhada, concluída, faltando a ligação da luz; a da Vila Floresta faltando poucos serviços para conclusão; a do Jardim Bento Gonçalves, concluída e funcionando; a do Parque dos Maias, concluída e, depois depredada, ainda na Administração anterior; a da Max Geiss, concluída, roubaram algumas coisas ainda em 1988; a da Vale Verde faltando poucos serviços para sua conclusão; a da Vila da Páscoa, faltando poucos serviços para conclusão. Essas foram as oito Casas que recebemos e que poderíamos dizer que estavam praticamente concluídas. Além disso: seis Casas da Criança paralisadas, sete tiveram seus contratos rescindidos em 1988, portanto, anteriormente à nossa Administração e uma Casa licitada e que não iniciou porque o terreno foi ocupado através do DEMHAB; ainda restando a da Chácara da Fumaça que não foi iniciada. Ao todo são vinte e duas Casas, nessas condições, que foram entregues e não cem Casas. Esse é o primeiro aspecto que quero deixar bem claro. O segundo é que essas Casas foram feitas sem destinação orçamentária. Para este ano de 1990 existe destinação para a conclusão de oito Casas, bem como para a aquisição de equipamentos para as mesmas, mas em 1988 não estava prevista destinação orçamentária, aliás, esta venda dos terrenos, já foi colocado na imprensa, envolve aspectos muito nebulosos, e se é para puxarmos esse assunto nós vamos puxar, pois não sou de correr da briga. Vamos apurar esses aspectos nebulosos, pois há até um processo no Tribunal de Contas, em andamento, a respeito da venda desses terrenos e inclusive dos seus preços de venda e da destinação dos recursos que eram para ser aplicados exclusivamente na Casa da Criança. Problemas acontecidos não no nosso Governo. O outro aspecto é que estas Casas da Criança pretendiam construir prédios muito bons, é verdade, com equipamentos muito bons, mas com um detalhe: construía-se estes prédios, mas quem iria manter o seu funcionamento, e os funcionários eram a comunidade. Isso está previsto no Projeto aprovado nesta Casa na Legislatura passada que, depois, foi reformulado por proposta do Executivo. Ainda vou trazer provas aqui, hoje de fato não tive condições de consultar os meus arquivos implacáveis. Mas esses aspectos que estou abordando estão no documento da UAMPA tirado à época e trazido a esta Casa alertando que as comunidades não iam ter condições de fazer funcionar essas Casas da Criança porque não tinham condições de manter 18 funcionários. Falo isso com conhecimento de causa porque fui até a SMED, credenciei a minha associação, fiz toda a papelada e, inclusive só não saiu a Casa da Criança, porque a minha associação é que tinha que arrumar o terreno e, como isso era difícil, não conseguimos. Sabíamos, no entanto, que não iríamos ter condições de manter 18 funcionários. Tenho essa documentação nos meus arquivos implacáveis da época em que não era nem Vereador, era apenas uma liderança comunitária e tenho também o Projeto porque foi votado naquela época. Então por isso se teve que fazer a inscrição das Casas por duas vezes e mesmo assim não se conseguiu completar o número de 100 solicitações. Ainda bem, porque o dinheiro, em primeiro lugar, não dava para construir cem Casas, depois teve este aspecto nebuloso que está no Tribunal de Contas. E ainda a comunidade não consegue manter estas Casas da Criança até mesmo pela suntuosidade. Sobre isso tenho depoimentos de diversas lideranças da época, inclusive da minha Vila, mas como o Ver. Dilamar Machado vai considerar suspeito, posso trazer até de lideranças do PDT. Temos necessidade de uma coisa mais simples, mas que funcione.

Este aspecto, quero deixar bem claro, e quero deixar um depoimento pessoal. Na Vila Santa Rosa foi iniciada uma Casa da Criança - aliás, como o PDT gostava muito e, em especial, o Ver. Dilamar - em cima da praça da Av. A. Dividiu a população, metade querendo a praça, talvez os ecologistas da Vila, metade se posicionando a favor da Casa da Criança. As paredes foram erguidas e foram roubadas, até porque a população estava dividida. Foi roubado o material, e deu até polícia, mas o essencial é que foi feita sem consulta, em cima de uma praça e a população foi dividida e o material roubado.

Então não me venham colocar a culpa na Administração Popular. Acho que o problema existe, vamos ter que achar a melhor solução, vamos ter que destinar recursos porque as comunidades não vão ter recursos para manter essas Casas da Criança, pelo menos na sua concepção original como foram propostas. Vamos somar forças de todos os partidos para resolver, ao invés de arrumar bode expiatório na atual Administração que não tem responsabilidade alguma com o que aconteceu, embora tenha a obrigação, é verdade, de resolver o problema. Mas não me venham fazer análises descoladas da realidade e vender gato por lebre.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só queria dizer que se o Projeto Casa da Criança fosse tão ruim, como quer sustentar da tribuna, jamais seria requerida a sua aplicação na Vila Nova Gleba por uma liderança comunitária tão responsável, como V. Exª.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: A gente sabe fazer política. É que melhor do que um discurso é a realidade, porque se eu fizesse discurso lá na Vila, diriam que era coisa do PT, que era contra a Administração. Inscrevi a associação e todos puderam verificar as condições. Inclusive lideranças do PDT chegaram a conclusão de que não havia condições para fazer funcionar aquele Projeto. Isto é uma questão pedagógica.

 

O Sr. Luiz Braz: Estivemos hoje no Parque dos Maias II e lá a população nos disse que a Casa foi entregue por Alceu Collares à Administração do PT ainda com todas as suas partes sem serem mexidas. Foi exatamente na Administração do PT - pelo desleixo que houve - que aconteceram aqueles roubos todos e a depredação da Casa. Depois que a Administração do PT colocou os guardas é que aconteceu o desaparecimento de pias, chuveiros, na vila Matsgaia. Então, não é a Comissão que está afirmando nada. Estamos dizendo o que ouvimos exatamente da população. Por isso que digo a importância que tem a Comissão para apurarmos os fatos.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Concordo com V. Exª, mas até hoje a construtora do Parque dos Maias não entregou oficialmente o prédio. Então, há uma série de problemas, Ver. Luiz Braz, que vamos ter que resolver com serenidade. Agora, o que não dá é fazer determinados discursos, afirmando que a história começou em 1989 quando o PT assumiu o Governo.

Para concluir, Sr. Presidente, e só para não deixar passar em brancas nuvens, eu ainda quero voltar a esta tribuna, eu ou algum companheiro da minha Bancada para responder o discurso da Verª Letícia Arruda, quando então vamos cobrar coerência. Para isso vamos fazer um levantamento das prefeituras, do PDT, do PMDB, do PDS, para saber em quanto estão reajustando o funcionalismo, porque o que me consta é que estão dando o reajuste zero, pelo menos no Rio de Janeiro que é prefeitura do PDT.

Então, não adianta fazer determinados discursos que só se aplicam a Porto Alegre, porque os Partidos e conseqüentemente suas políticas têm que ser nacionais e não localizadas. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini cede seu tempo ao Ver. Ervino Besson.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de iniciar o discurso com todo prazer eu cedo um aparte ao Ver. João Dib.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, é que o Ver. José Valdir, por certo não foi má vontade, mas não teve tempo, porém ele criticou tanto as creches e as Casas da Criança que a minha bíblia da AB diz que nove dos primeiros prédios das Casas da Criança foram concluídos pela Administração Popular que re-adaptou o Projeto elaborado pelo Governo anterior. Portanto, a AB está aprovando o Projeto. Eu não sou nem a favor nem contra.

 

O SR. ERVINO BESSON: De fato, hoje pela manhã, estivemos fazendo uma visita a duas Casas da Criança e quero dizer a V. Exª que pelo menos este Vereador ainda está com dor de cabeça até agora e pediria até aos nobres Pares que fizessem uma visita a essas Casas para ver da maneira como se encontram, lamentavelmente.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu chamaria a atenção de todos para o fato que vou relatar desta tribuna.

 

O Sr. Edi Morelli: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de fazer ao nobre Vereador um convite para que visitasse as Casas da Criança. No sábado à tarde, eu e o Ver. Vieira da Cunha estivemos na Casa da Criança do Parque dos Maias. Lá, há um casal residindo, no interior da Casa da Criança, como seguranças da Casa. E eu assumi um compromisso, perante a comunidade, de conseguir uma área de terra, para que fosse construída a sua casinha. Só que, hoje pela manhã, fiquei sabendo, de fonte segura, que este casal tem a sua casa num terreno de propriedade da mãe deles, numa vila próxima. Estou aguardando que o Presidente da Associação do Parque dos Maias entre em contato comigo, para dar a solução a ele. Em segundo lugar, a funcionária da SMED de nome Graciela coloca em jogo a comunidade, dizendo que a construtora só recomeçará a obra de finalização da Casa da Criança do Parque dos Maias no momento em que aquele casal estiver fora. Esquece ela que, na Casa da Criança da (sic) moram militantes do PT, dentro da Casa.

 

O SR. ERVINO BESSON: Nós estivemos na Casa da Criança do Parque dos Maias e, numa das peças, encontramos três crianças. V. Exas terão oportunidade de ver as fotos. O maiorzinho deles tinha 4 anos, o menor estava coberto e totalmente molhado, um deles tinha cortado a mão no vidro - os vidros estão todos quebrados. Perguntamos ao maiorzinho quem é que daria a comida, e ele disse que seria alimentado na volta da mãe, só à noite. Portanto, são situações que a gente assiste e fica deprimido. Estou com dor de cabeça até agora.

 

O Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ano passado vinha de carro pela Cairú e ouvi, - sou um ouvinte do Sérgio Zambiasi e do nosso colega Edi Morelli -, e ouvi o Edi Morelli dizer que tinha um grande engarrafamento na Assis Brasil, então, apressei, passei tranqüilo, aliás, pela Farrapos, não vi nada, e uma eficiência resolveu o problema. Esse problema da invasão das Casas da Criança, por companheiros do PT, o Ver. Edi Morelli vai ter que provar, porque fazer acusações no rádio é uma coisa, agora, aqui no Plenário, vai ter que provar.

 

O Sr. Edi Morelli: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estou cansado de dizer que foi uma informação da Brigada Militar, agora, joga a culpa em cima de mim? Esse cara é um demente.

 

O SR. ERVINO BESSON: Peço a atenção dos colegas e dos companheiros que nos prestigiam nas galerias, a respeito da segurança da cidade de Porto Alegre. Ontem à noite, fui a uma reunião na Rua Santos Dumont, Gondoleiros, e na volta, vinha pela Voluntários da Pátria, e assisti a um assalto. Lá tinha um cidadão numa esquina, onde um apontava uma arma, e o outro fazia a revista em um automóvel; diminui a marcha, me aproximei, e vi que tinha dois cidadãos, um em cada esquina, e disseram: “tu te manda daqui, porque vai sobrá prá ti”, e eu só tinha que fugir. Depois, liguei o rádio, na Gaúcha, no programa do Pedro Ernesto, vejam V. Exas, aí estava lá um cidadão, o tal de Roberto Antônio que estava lá dizendo que foi ao jogo do Grêmio, pegou o ônibus para se dirigir a sua residência - na Paulino Azurenha - e o ônibus foi saqueado, tinha a média de 10 a 15 marginais. E este cidadão chegou ao motorista e pediu que ele fechasse as portas do ônibus e encostasse numa delegacia de polícia ou do próprio quartel. E o motorista respondeu que em hipótese nenhuma ele poderia fazer aquilo porque a própria vida dele estava em jogo.

Vejam V. Exas, a segurança do povo de Porto Alegre. Eu havia dito nesta tribuna que eu fui fazer uma visita a um morador da Rua Sílvio Leite Torres, em que ele em 20 dias foi assaltado seis vezes. Ele simplesmente abandonou a casa com o resto que sobrou dos assaltos. Ele saiu tão apavorado que ele nem sequer deu o endereço para a vizinhança, de tal o medo, o pavor daquela família.

Portanto, Ver. Wilson Santos, lembrei-me de V. Exª que pediu estado de calamidade pública para a segurança da nossa Cidade. Acho que a situação está pior. Acho que estado de calamidade pública ainda é muito pouco para a situação de insegurança do nosso povo, da nossa Cidade.

 

O Sr. Wilson Santos: As pessoas estão sendo assaltadas na parada do ônibus, quando o estão esperando; dentro do ônibus, quando saem do ônibus. Não tem hora do dia e da noite em que não haja assalto a residências. No Centro a estatística mostrou que a cada 10 minutos havia um assalto. E assalto - para a estatística - é aquele em que a vítima vai à delegacia e o registra. E agora é muito mais. A cada minuto uma pessoa é assaltada. E a situação em que nós vivemos é que em São Paulo e Rio de Janeiro, especialmente no Rio de Janeiro, é irreversível o quadro, porque a Cidade está nas mãos do contraventor e do bandido. E aqui se não fizermos alguma coisa forte, nós vamos chegar a um ponto irreversível.

Ontem eu falei pessoalmente com o Prefeito Olívio Dutra e pedi a S. Exª que colocasse um pouco de atenção. Vou reeditar meu projeto, porque o projeto que tramitou no final do ano passado, nesta Casa, mereceu Parecer, dizendo que deveria ser um Pedido de Providências. Evidente, aqui, dado ao estado de calamidade de fato em que vivemos, não podemos apenas fazer um Pedido de Providências. Esta Casa é fórum máximo das reivindicações e aspirações. Devemos discutir esse assunto para previamente autorizar o Sr. Prefeito a decretar estado de calamidade pública, porque a nossa iniciativa foi copiada por Uruguaiana. Neste início de ano aquela Cidade decretou estado de calamidade pública. Está sendo atenuado o problema, porque, agora, o Chefe de Polícia e o Sr. Secretário de Segurança Pública voltaram-se aos problemas de Uruguaiana, dado que o Decreto está em vigor e poderá ser anulado quando houver segurança. O Governo do Estado faz da segurança uma farsa. O Governador Sinval Guazelli assumiu, reuniu lideranças e autoridades no Palácio para dizer que ia botar policiamento nas ruas, no Centro; tirou os pelotões dos bairros e botou no Centro. Então, repito: tapou a cabeça e destapou os pés, a canela, os joelhos e as pernas. Logo, está tratando uma missão do Governo como uma brincadeira, onde um soldado ou cabo da Brigada Militar ganha dez mil cruzeiros; a Polícia Militar de Santa Catarina, que conseguiu elevar um pouco a qualidade dos serviços, paga trinta e oito mil cruzeiros para um cabo ou soldado. Aqui, cabo, soldado, escrivão, inspetor, que dão suas vidas em defesa da segurança, moram em sub-habitações, moram de aluguéis, em vilas irregulares, em submundo, em sub-habitações. Vejam o estado a que chegou a segurança pública, porque o Estado não cumpre a sua missão. Só o Prefeito de Porto Alegre, autorizado pelos Srs. Vereadores, declarando estado de calamidade pública, talvez haja um pouco de vergonha - e até fico emocionado quando falo no assunto - não digo vergonha, mas que venham a ter um pouco mais de responsabilidade para com sua missão, que é segurança pública. O Governo do Estado está muito distante de cumprir a sua obrigação. Segurança pública é obrigação do Estado. O Estado tem que dar segurança pública.

 

O SR. ERVINO BESSON: Agradeço, Ver. Wilson Santos. Seu aparte enriqueceu meu discurso. Mas vejam V. Exas a situação que nós vivemos hoje na cidade de Porto Alegre, o crime organizado está num patamar total que a gente não sabe quando sai de casa, se volta. Hoje tudo é uma gota de surpresa na vida de cada um de nós. Nós temos o Exército, nós temos a Aeronáutica, a própria Marinha, porque hoje existe no Vale do Rio dos Sinos, um caminho de tóxico. Portanto, fica aqui o registro nos Anais desta Casa, a prova está que o crime organizado ele está num índice de crescimento tal que nos preocupa a todos nós. Motorista de táxi, um chefe de família, foi seqüestrado, foi assaltado, foi morto e jogado no Guaíba, e, como todos sabem aqui, foi descoberto o corpo daquele bancário também, que foi assaltado, foi morto e também colocado no Guaíba. Companheiros, Vereadores, companheiros que estão aí nas galerias, a segurança da nossa Cidade ela é extremamente preocupante, porque, sabemos nós, que 10% dos assaltos e dos crimes é que as pessoas vão até as delegacias registrarem as ocorrências. Hoje pela manhã, a primeira coisa que fiz foi ler os jornais para ver o assalto daquele cidadão, se ele tinha ido registrar a queixa, eu creio que não foi. Encerro agradecendo a atenção dos senhores, e perdoe pelo excesso de tempo, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito em Grande Expediente, por transposição de inscrição, é o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pessoas que participam do nosso Plenário dessa tarde. Eu acho que as questões que estão sendo colocadas hoje, são todas muito importantes e companheiros de Bancada estão atentos e tentando colocar da parte da Administração a nossa posição. Mas eu gostaria de pedir permissão aos senhores Vereadores desse Plenário, como sendo o meu primeiro discurso no Grande Expediente, depois de eleito em 1988 Vereador por esta Cidade, a fazer algumas considerações, e que eu acho são fundamentais no processo desses quinze meses que nós já atravessamos na Administração Popular. Inicialmente gostaria de dizer que como outros Vereadores não sou de Porto Alegre, sou de Ijuí e vim de Ijuí em 1957 onde estudei no Julinho, fiz arquitetura aqui em Porto Alegre e aqui fiquei. Quero também pedir permissão aos Srs. Vereadores, para dizer que, quando jovem, na década de 1950, meu pai foi Prefeito de Ijuí, e a ele rendo a minha homenagem. Ali senti o que era ser Prefeito de uma cidade, mesmo uma cidade do interior, pequena, e ali comecei a me interessar pela política. Deixo registrado o nome do meu pai, Rubem Kessler da Silva, e da minha mãe, Odila Ilgenfritz, para dizer que o que eles fizeram por mim e me deram como exemplo fez com que eu chegasse aqui hoje, e compartilhasse de tão egrégia companhia. Queria dizer também que na minha vida profissional, sindical, comunitária, passando por várias entidades quando a gente teve a honra de participar no Sindicato, no CREA, no IAB, as nossas entidades de classe - e foi por aí que conheci alguns sindicalistas de outras áreas como foi o caso de Lula e de Olívio Dutra, com os quais ajudei a fundar o PT e lutar pelo PT que no nosso entender é uma proposta nova, uma proposta que visa colocar os trabalhadores na política, exercendo a política e não apenas sofrendo a política das classes dominantes como historicamente tem acontecido. O PT que tem uma visão contra a exploração que existe no sistema capitalista, e a dominação permanente de uma classe sobre as outras. O PT que também tem uma visão do pluralismo, do socialismo democrático e que também é contra o dogmatismo, a ortodoxia das políticas tradicionalmente colocadas pela esquerda que hoje se recicla no Leste europeu e aqui no Brasil, porque não dizer, também. Estamos aqui nesse primeiro discurso de Grande Expediente, colocando estas questões que eu acho muito pessoais, mas tentando nos abrir, deixar transparente a nossa proposta, a nossa visão, do por que nós viemos para cá. É fruto de uma luta cotidiana, profissional, inclusive nos últimos anos participando, aqui, com muita honra, como assessor desta Casa. Queria dizer que assim que nós tivemos o resultado das eleições de 1988, o Prefeito Olívio Dutra já nos colocou numa equipe para organizar o Governo e por aí eu acabei ficando no Executivo durante 15 meses, saindo agora por força da circunstância de desincompatibilização e também por exigência do próprio Partido para participar da campanha para a Câmara Federal. Mas como Secretário do Planejamento eu tive a honra de coordenar uma equipe de altíssimo nível que há 15 anos - quando o Planejamento foi instituído em Porto Alegre - vem fazendo um trabalho exemplar no trato do Planejamento, da organização do espaço de viver em Porto Alegre, fundamentalmente a questão do espaço físico. Mas nós tínhamos também conhecimento do quanto algumas administrações deixaram o Planejamento de lado, um tanto quanto esvaziado, em função de que o Planejamento tem uma característica que muitas vezes os prefeitos ou os secretários não gostam de usar, porque despersonifica. O Planejamento, se feito cientificamente, como deve ser feito - foi o que nós tentamos fazer - passa a ser obra de todos, do coletivo, e não do Sr. Prefeito ou do Sr. Vereador ou de outra pessoa. Nós nos preocupamos, então, nesse período de 15 meses - e acho que respondo aqui a algumas críticas que têm sido colocadas freqüentemente nesta Casa de que o Partido dos Trabalhadores, em coligação com o Partido Comunista Brasileiro e com seus apoiadores, não fez nada no Governo, não está fazendo nada. Eu quero deixar muito claro da nossa tranqüilidade em dizer que apesar de todos os grandes problemas que estamos enfrentando, que são conhecidos a nível estrutural, conjuntural, a nível da crise nacional e que também são problemas nossos, de uma esquerda que, historicamente, esteve na oposição e que somente agora, no ano passado, conseguiu galgar, via eleitoral, através de um processo democrático, a responsabilidade de governar uma cidade como Porto Alegre. Nos colocamos neste ponto, dentro de uma visão político-estratégica, deixando claro, desde o primeiro momento, que embora a nossa proposta, o nosso programa partidário - dos partidos que compõem a Frente Popular - tenha uma visão clara do socialismo, estaríamos administrando uma Cidade nos marcos do capitalismo, através de uma proposta popular, democrática. Na política-estratégica que montamos, desde o primeiro momento, e que instrumentalizou o plano de ação do Governo, que hoje está nas mãos do Prefeito, e que no dia 30 deste mês terá a última discussão interna da Administração para, depois, ser divulgado a esta Casa e à Comunidade. Esse plano foi feito durante os 15 meses que passaram com a participação de um número muito grande de funcionários, CC’s e funcionários do quadro da Prefeitura. Foi quando pudemos avaliar o quanto esses 17 mil funcionários que estão na ativa podem contribuir com o Município se forem solicitados e se forem tratados com dignidade. Sempre defendi essa posição e continuo acreditando que todos os funcionários - salvo se me provarem o contrário - são de alto nível, principalmente os funcionários públicos municipais. Eles precisam ter o nosso respeito e ter o seu trabalho dignificado, assim como temos que, também, dignificar o Poder Público que tem sido tão massacrado nos últimos anos a ponto de ser plataforma de um Governo que acaba sendo eleito na base da desmoralização da política, na base da desmoralização das questões mais sagradas que temos e que são aquelas que integram a nossa intimidade, o nosso ser, que é a participação política. À luz desses assuntos e tendo como estratégia a democracia, a democratização do Poder Público, a busca da participação popular efetiva, a participação dos Conselhos Populares, a inversão das prioridades no sentido do gasto do recurso público e a participação da comunidade, como já aconteceu no ano passado, na elaboração do Orçamento, este ano estamos colocando em prática. Tendo como base uma série de outras questões que o nosso Governo tem colocado como plataforma estratégica, chegamos, depois de vários seminários, a alguns trabalhos que somam vários volumes e que colocam claramente as matérias, inclusive para que se tranqüilize pessoas como o nobre Ver. João Dib, que ontem falava que a Administração não faz nada, que erra por não fazer. Queremos dizer que é o contrário, nós erramos, mas erramos por fazer e vamos continuar a fazer mesmo que correndo o risco de errar. Queria também dizer ao nobre Vereador a aos nobres colegas que estas questões estão todas tratadas no Plano de Ação do Governo que está dividido em sete grandes grupos, grandes programas e que trabalham na área da participação popular com as funções da administração, do planejamento, da comunicação de massas; na área das funções de habitação, do uso da terra, do saneamento e assim por diante. Queremos dizer que estes projetos têm como visão estabelecer três níveis de intervenção do Governo Municipal e que já estão acontecendo através dos planos semestrais, semestre de agosto a dezembro do ano passado e de janeiro a junho deste ano, que são planos semestrais. O projeto trienal não fica completamente aprovado e distribuído para a população, mas entendemos que a meta da democratização, dos conselhos populares, da regionalização da nossa Cidade, da descentralização administrativa, os projetos que foram reclamados, hoje, aqui, de centros administrativos regionais, estamos propondo cinco ou seis, depende da discussão que a comunidade está fazendo, os escritórios comunitários para colocá-los diretamente nas vilas. E aí a nossa prioridade n° 1, pessoas capacitadas a dar assistência técnica, a emular, e fazer com que as questões das vilas sejam resolvidas pari passu no dia-a-dia.

Entendemos, também, que deve existir mais de 500 projetos que estão prontos para serem usados, basta priorizá-los e colocá-los em prática, mas mais de 100 desses já estão em prática. Nós colocamos a integração e a modernização administrativa. Isso faz parte de um velho sonho de Porto Alegre, um serviço de cartografia exemplar a nível nacional. E queremos modernizar mais ainda, colocando um serviço de geo-processamento na área de verificação e do mapeamento de toda a nossa Cidade. Dentro dessas prioridades queremos fazer entender aos Srs. Vereadores, malgrado as dificuldades que encontramos, que temos três tipos de inserção, primeiro, através de Orçamento próprio, que são investimentos, que este Orçamento já previu, e que vai a mais de 12%. Também investimentos por recursos que consigamos através do Banco Mundial, e já estamos com recursos alocados, dentro do Programa PIMES; recursos de cooperação técnica, como o que está alocado com a GTZ da Alemanha e também com recursos da iniciativa privada e com a venda de índices, hoje já estamos com 260 milhões alocados para este tipo de investimento. Com esses investimentos nós queremos chegar àquilo que é prioritário em Porto Alegre, às vilas, com saneamento de água e esgoto, e a regularização das mesmas. Num segundo momento, mas que já estamos nos esforçando para fazer, que é melhorar a manutenção da Cidade, e que se encontra a desejar pelas dificuldades que encontramos. E num terceiro momento as questões do desenvolvimento com investimentos a nível do Governo Estadual, do Governo Federal, e também, fundamentalmente com o setor privado, na iniciativa privada em geral.

Para terminar, Sr. Presidente, queria dizer que dentro de toda essa conjuntura tem alguma coisa que me preocupa, e eu estou aqui há pouco tempo, menos de um mês. É que na ânsia de acertar, está surgindo uma proposta, dentro da Administração, e que nós estamos discutindo, com relação ao próprio planejamento que produziu nesses 15 meses tudo que eu tentei relatar aqui. Na reforma administrativa que está sendo proposta nós queremos colocar claro que é muito importante preservar o órgão de planejamento da Cidade, com todas as suas atribuições, melhorando-as e não substituindo por órgãos que ainda não existem e não têm experiência alguma para nos garantir que haja sucesso no seu encaminhamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vou reservar outro momento da Sessão desta semana para responder em nome do PDT às afirmativas feitas pelo Ver. José Valdir com relação ao que qualificou de nebulosas vendas de terrenos da Casa da Criança e, rapidamente, lembrar ao nobre Colega que afirmou que eu era especialista em edificar em praça, que o único momento que eu tentei, na minha Administração do DEMHAB, edificar alguma coisa foi numa praça na Vila Nova Gleba, a Vila do Ver. José Valdir. Uma creche, que seria construída por uma entidade católica sem custo para o Município e para a comunidade. Mas face à violenta reação e oposição organizada da Associação, o comodato não foi concluído e a creche não saiu e eu apenas continuo pedindo ao Ver. José Valdir, em nome da comunidade Nova Gleba ele que é chegado ao Município, para que construa pelo menos uma pequena creche na Vila: modesta como ele gosta, simples, sem suntuosidade de uma Casa da Criança, mas pelo menos use a sua influência para que essa creche saia na Nova Gleba. Fora isso, eu sei que o Ver. José Valdir não quis fazer uma ofensa maior, até porque não teria outro argumento a não ser esse para assacar contra a minha Administração no DEMHAB.

Mas me preocupou muito, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o momento em que esta Casa vive, com dois projetos que aqui deram entrada e que precisam ter uma solução. E diria mais: uma solução harmônica, de preferência inteligente e rápida. O primeiro caso diz respeito ao Departamento Municipal de Água e Esgoto. Eu não posso crer que os técnicos do DMAE, que a Administração do DMAE, atual, que é cargo de confiança do Prefeito, do PT, fosse jogar seu trabalho contra os interesses da Administração. Eu vou até excluir a figura do Dr. Guilherme Barbosa e seus assessores diretos, mas fico com os técnicos do DMAE e seus funcionários que invariavelmente têm procurado as Bancadas desta Casa, para determinar um quadro muito difícil para aquele Departamento. Um quadro que deixa o DMAE numa situação deplorável, se não houver um socorro através de um reajuste tarifário, um quadro que inviabiliza tecnicamente o DMAE para dar seqüência a um serviço essencial, como é o abastecimento de água para a cidade de Porto Alegre, especialmente um trabalho que o DMAE faz, permanentemente, sem retorno, ou quase que com retorno nenhum, que é a extensão de rede de água às vilas populares e às áreas mais carentes da Cidade, bem como trabalhos maiores como a ampliação da hidráulica de Belém Novo e a recuperação de outras hidráulicas já existentes em Porto Alegre. Já é sabido que a Casa não aceita e não aprova o Projeto original que, além de trazer um percentual que pode até ser exato, segundo alguns técnicos do DMAE, é até menor do que o necessário, mas, de qualquer forma, é um aumento pesado neste momento em que o País está enganado, iludido e engolfado por um chamado Plano Brasil Novo, que apregoa uma inflação zero e que sacrifica e penaliza, de forma direta e objetiva, a classe trabalhadora deste País. Mas é preciso que a Casa dê uma resposta e há um entendimento entre as diversas Bancadas desta Casa de, em curto prazo, aprovarmos um substitutivo, dando ao DMAE uma recuperação da sua tarifa real, não nos 60,99% preconizados, solicitados, mas, pelo menos, neste primeiro momento, algo em torno de 30%. É sabido que este reajuste de tarifa só dará ingresso nos cofres do Departamento a partir de junho, se aprovado agora, hoje, amanhã, nesta semana. Por outro lado, não posso dissociar desse argumento à questão dos projetos que deram entrada aqui prevendo o reajuste dos vencimentos do funcionalismo municipal. É indiscutível que a nossa posição, e falo não apenas como Vereador, mas como funcionário municipal, a nossa posição, o nosso desejo, e o da classe municipária, é de pleitear, apenas e tão somente, o que a lei determina. E o que a lei determina? Que o reajuste seja de 84% mais a inflação de abril, se levarmos em conta a lei que regula o reajuste bimestral dos servidores deste Município. Essa é a lei. Já o Sindicato, através de seu Presidente, Engenheiro Darwin Ribas, com quem conversei pela manhã, admite que o reajuste seja de 61,89%, e parte de um cálculo correto: salário-mínimo, vencimento básico do funcionário de Porto Alegre é de Cr$ 2.270,00, indiscutível que é uma transgressão à própria Constituição Federal, que entre suas letras mortas e vivas, determina que ninguém pode ganhar menos do que o salário-mínimo. É óbvio, sabe-se que quem ganha o salário básico desse valor tem mais algumas coisas que acabam determinando, para o padrão básico, um valor final de vencimentos superior ou igual ao salário-mínimo, mas é preciso que esse salário básico seja fixado, pelo menos, no valor do salário-mínimo. Isso representaria uma majoração de vencimentos para o padrão 1, para os operários da Prefeitura, de 61,82%, e também é sabido que há uma lei no Município, que determina a chamada “progressão em cascata”, se o padrão 1 recebe 61,82%, todos os padrões subseqüentes até o último, receberão o mesmo percentual, cumprindo a lei. Então, estamos diante de um quadro real, ou realista, legal, mas estamos diante de situação irreal, moralmente discutível, mas também de uma situação real. Foi desafiado aqui pelo Ver. José Valdir, saber se depois do discurso da Vera Letícia - como se comportaram as prefeitura do PDT. Eu, na verdade, não tenho informação a não ser só de uma, a do companheiro Mota de Gravataí, de como ele conseguiu dar reajuste de 85% para seus servidores. Soube que em São Paulo a companheira Erundina deu 10,9% e que em outras capitais está nesta base. Li nos jornais de hoje que o Governo do Estado, que teria obrigação de dar pela lei um reajuste de 61%, já sentou para trás e, segundo o Secretário da Fazenda, haverá reajuste, mas bem mais modesto. Então, ou nós nesta Casa aprovamos ou substituímos a mensagem do Governo que é inaceitável, pois 10% é muito pouco e diria, até, pelo que conheço dos servidores do Município, eles prefeririam que o Prefeito retirasse o Projeto e não desse nada. Vamos partir para discutir o movimento grevista. Acho que esta Casa tem obrigação, pois somos políticos e representantes da Cidade e dos funcionários. A minha proposta a todas as Lideranças é no sentido de que, em conjunto, - para que não haja processo demagógico de exploração dos meios de comunicação -, façamos um esforço imediato no sentido de assinar o Substitutivo que já foi elaborado e que já li e tem o respaldo da Bancada do PDS, da do PMDB e há de ter de todas as Bancadas para que possamos logo apregoá-lo. O objetivo é podermos dar ao DMAE os primeiros recursos que precisa para se manter como instituição nesta Cidade. Os partidos e as administrações passam, mas o DMAE fica e não podemos, por questões meramente políticas, ou por ideologias colocar em risco a própria existência do DMAE como entidade, como Departamento, como Autarquia que presta um serviço essencial ao Município de Porto Alegre.

Por outro lado é preciso também que as Lideranças desta Casa, pés no chão, cabeça fria, examinem o quadro dos vencimentos dos servidores do Município. Nós precisamos sentar, propor. Nós vamos rejeitar in limine, a proposta que a Prefeitura encaminha de 10% de aumento. Mas nós não podemos apenas rejeitar e não dar um caminho. Nós precisamos encaminhar uma proposta negociada. O que é possível neste momento? Nós precisamos sentar com a Secretaria da Fazenda, as Lideranças desta Casa, o Prefeito, com o Sindicato dos Municipários e as lideranças, Presidência da Câmara, e tomarmos conhecimento do quadro real. Dizem os órgãos fazendários que a atual folha, sem este aumento, compromete 72% da arrecadação; Com o aumento comprometeria 98%. Mas será que é este o número? Precisamos examiná-lo, Ver. João Dib, e saber também qual é o conceito que a Administração atual tem de despesa com o pessoal. Se é, efetivamente, despesa com o pessoal ou não. Mas nós precisamos encontrar um caminho negociado e precisamos ter a assinatura do SIMPA. Precisamos ter o Sindicato ao nosso lado. Nós não podemos decidir pela Casa e jogar a Câmara de Vereadores contra os interesses dos funcionários do Município. E nós não queremos também, de forma alguma, fazer uma proposta que venha inviabilizar a Administração dos companheiros do PT. É preciso sentar, apresentar uma sugestão, e eu vou assinar este Substitutivo ao Projeto do DMAE como vou assinar o Substitutivo que está sendo elaborado ao Projeto de aumento do funcionalismo. Mas quero deixar bem claro que a minha assinatura, como Líder de uma Bancada, é para que a matéria tramite. Nós não podemos assumir o compromisso definitivo, especialmente no caso do vencimento dos servidores, de assinar um Substitutivo que tenha um outro percentual que não o original, mas que esteja aquém das necessidades ou do desejo dos servidores do Município, para depois votarmos contrariamente aos interesses dos servidores. Nós queremos é abrir a proposta, negociá-la, discuti-la e votá-la no momento em que a Prefeitura esteja de acordo; a Câmara e o SIMPA de acordo.

 

O Sr. Décio Schauren: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dilamar Machado, evidentemente nós concordamos. Eu acho que a Casa tem responsabilidade tanto com o DMAE como com o salário do funcionalismo. Agora, evidentemente, nós temos que colocar isto dentro do que a realidade nos oferece hoje. V. Exª deve saber, por exemplo, referente a questão do funcionalismo, que o Plano Collor criou uma série de problemas para a receita do Município. Por exemplo, o ITBI caiu para zero. Na medida em que os recursos ficaram retidos, não aconteceram negócios imobiliários. O ICMS caiu para 39%. Então, temos que adequar o reajuste dentro do que a Prefeitura tem de disponibilidade. Outra questão: o DMAE. É fundamental que ocorra o reajuste, porque os insumos aumentaram muito acima da inflação. Vivi uma situação bem de perto, na Lomba do Pinheiro. Lá tem uma área abastecida pela CORSAN que não dá mais conta, e ela quer passar para o DMAE. O DMAE quer assumir a área, mas precisa fazer algumas obras. É fundamental que essas obras aconteçam antes do próximo verão, porque nesse verão, os moradores - cerca de 15 mil famílias, ficaram 14 dias sem uma gota d’água. Temos que pensar em resolver isso.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Tem razão, V. Exª. Agradeço pelo aparte. Finalizo, encaminhando que ainda hoje, nesta Sessão, possamos assinar os Substitutivos, encaminhar para apregoação, sem o compromisso de nossas Bancadas, onde deveremos discutir internamente, mas com o grande objetivo de abrir caminhos para que se for possível, no máximo amanhã, em Sessão Extraordinária. Primeiro, para que o DMAE possa logo começar a respeitar de novo; segundo, para que os servidores do Município, com percentual definido, possam ter oportunidade de receber no dia 30 o reajuste a ser decretado por esta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Liderança, Com a palavra o Ver. João Dib pelo PDS.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para que ninguém ficasse preocupado, passei mais de uma hora me divertindo com a máquina de calcular. Normalmente, digo que faço contas de cabeça, mas hoje fiz com a máquina de calcular. A bíblia da Administração Popular - acho que os Srs. Vereadores do PT ainda não receberam, mas eu tenho uma cópia - dizendo das suas realizações no ano passado, fala aqui que na Administração Collares era possível comprar com o salário-mínimo 307 passagens. Então está violentamente criticada a Administração Collares, porque podia se comprar apenas 307 passagens com o salário-mínimo. Na atual Administração dá para comprar 262, dá uma diferença de 45 contra AP. Nos primeiros quinze meses da AP com uma inflação acumulada de 9.087% eu tenho que rir, dizem que houve um aumento de tarifa de 5.733. A minha máquina de calcular estava toda errada, deu 11.500. E se eu fizer a conta vão até se assustar. Onze mil e quinhentos para uma inflação de 2.800. Mas como eu tenho a mania de fazer conta, não sei por quê, talvez por ser filho de árabe, hoje de manhã fiquei pensando, mas 11.500 para 2.800 alguma coisa está errada. E sabem que não estava errada? Porque quando eu fui Secretário dos Transportes, eu fazia uma conta, para comprar um ônibus e ser pago ele tinha que trabalhar diariamente e transportar 1.000 passageiros durante um ano, aí ele se pagava sozinho. Aí hoje de manhã eu fiz a conta: um ônibus custa 5 milhões a 14 cruzeiros por passageiro ele precisa exatamente um ano transportando mil passageiros por dia para poder pagar essa. Então estava certo, e não precisava se enganar nas contas aqui. Na bíblia dizem que a CARRIS transporta 30% dos passageiros da Cidade diariamente, 280 mil, isto vale dizer que a CARRIS se apropria do dinheiro das empresas na ordem de 1 milhão 901 mil 408. Eu só fiz as contas com números que a AP, Administração Popular, me deu, 1 milhão 901 mil. Hoje ouvi o Secretário dos Transportes dizendo que nós temos a tarifa social, lá na Restinga a 14 cruzeiros, e, na Auxiliadora, só cinco quilômetros, pelos mesmos 14 cruzeiros. Só que aqui eles ficam com 1 milhão 901 das empresas. Mas nós temos preocupação, sem dúvida nenhuma, com esta Cidade. Eu deixava a Prefeitura em 1985 quando os técnicos do DMAE trouxeram para o Prefeito o assunto do reajuste. Se fazia naquele tempo dois reajustes anuais, um em janeiro e outro em julho. Para que pudessem ser emitidos os carnês havia necessidade de decidir o reajuste tarifário. E eu tranqüilizo o Ver. Dilamar Machado que esse problema não pode ser encarado politicamente. Como eu ia saindo da Prefeitura, os meus correligionários me recomendaram que eu não atendesse a solicitação do DMAE que era de 170% e sim desse 50% para que o Prefeito Alceu Collares quebrasse a cabeça. Eu disse que não, havia sido diretor do DMAE duas vezes e sabia o que era não ter recursos e dei os 170% solicitados pelo DMAE. Agora o DMAE pediu 61% - 60,99 e seis Bancadas desta Casa ontem estiveram reunidas, acompanhadas muito de perto pelo Ver. Dilamar Machado que é o relator do projeto, e analisamos mês a mês o ocorrido no ano passado e chegamos à conclusão que a diferença era 14,025, e que para que o DMAE pudesse se recuperar, receber aquilo que ele perdeu durante um ano, nós teríamos que levar a 28,05% para que em seis meses o DMAE possa estar perfeitamente equilibrado e daí em diante navegar em águas tranqüilas e limpas, porque o DMAE só fornece água limpa e coleta água suja. Então, nós estamos fazendo já uma emenda. O Ver. Dilamar Machado receberá depois, ele atentamente tem cuidado do assunto. Encerro, Sr. Presidente, dizendo também da nossa preocupação e a preocupação do SIMPA que quando o Prefeito propõe 10% - foi outra vez a máquina de calcular - se colocasse 27% em abril e 27% em maio, teria os 61,2% que o SIMPA diz com muita razão que faz com que o nível 1 tenha a equivalência do salário-mínimo. Estou calculando com o salário-mínimo de hoje, talvez já no mês que vem não sirva porque duvido que a inflação continue zero. Mas, se fizer isso, hoje estaria atendendo os anseios do Sindicato. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Liderança, Com a palavra o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, hoje pela manhã ocorreu em Porto Alegre o encontro dos Vereadores do PMDB do Rio Grande do Sul em cuja oportunidade foi debatido o processo sucessório do Estado. Desejo registrar, nesta Comunicação de Liderança, que a decisão unânime dos Vereadores participantes do Encontro Estadual de Vereadores do PMDB, foi de que o processo sucessório na área do PMDB ocorra exatamente com a eleição do novo Diretório Regional e sejam examinadas, mantido diálogo com todos os partidos de centro-esquerda e de esquerda do Rio Grande do Sul, todas as perspectivas de manter o Governo do Estado nessa corrente política. Portanto, os Vereadores são francamente favoráveis a que exista em amplo entendimento na sucessão do Piratini. Faço este registro, Sr. Presidente, para justificar que o PMDB está completamente aberto ao diálogo com os partidos com os quais já manteve atividades no passado e mantém no presente. Com relação à manifestação do Ver. Dilamar Machado, S. Exª tem toda a razão. Efetivamente, o problema DMAE começa a preocupar não só os Vereadores, mas a Cidade, que necessita do fornecimento de água. Já notei que várias Lideranças - o Ver. João Dib, pelo PDS, este Vereador, pelo PMDB, o Ver. Dilamar Machado, pelo PDT, o Ver. Wilson Santos, pelo PL, o Ver. Lauro Hagemann, pelo PCB, o Ver. Luiz Braz, pelo PTB - subscreveram um Substitutivo que vou entregar agora aos cuidados da Presidência dos trabalhos para que apregoe à Casa e dê os trâmites necessários para que se possa, companheiros Vereadores, se viabilizar o processamento e a corrida de Pauta deste Substitutivo ao Projeto do Executivo. Evidentemente que o Executivo encaminhou um projeto à Casa, solicitando um aumento de quase 61% e está levando 28,05, pela proposta feita pelas Lideranças da Casa. Essa é uma medida emergencial e as Lideranças e demais Vereadores estão examinando e acredito que seja um consenso na Casa. Andaram bem as preocupações do Ver. João Dib, do Ver. Wilson Santos, do Ver. Luiz Braz, do Ver. Dilamar Machado, no sentido de que se viabilizasse algum recurso para o DMAE, que enfrenta uma das suas mais agudas crises. Sou grato, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa se penitencia de um equívoco cometido, porque já havia concedido Comunicação de Liderança à Bancada do PMDB anteriormente.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, confesso a V. Exª que não me apercebi do ocorrido. Peço desculpas.

 

O SR. PRESIDENTE: Não se preocupe, Vereador, a culpa não é de V. Exª, absolutamente, é da Mesa que se penitencia pelo equívoco cometido.

O Sr. 3º Secretário fará apregoação de algumas matérias.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: Oficio n° 209/90, do Sr. Prefeito Municipal; PLCE n° 007/90, PLE n° 021/90 e Substitutivo ao PLCE n° 005/90.

 

O SR. PRESIDENTE: Há "quorum". Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. N° 0729/90 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 005/90, da Comissão de Finanças e Orçamento, que aprova as contas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (Poder Executivo, DMLU, DEMHAB e DMAE), referentes ao exercício de 1985.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PDL n° 005/90 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Airto Ferronato, solicitando seja o PDL n° 005/90 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

PROC. N° 2965/89 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 038/89, de autoria do Ver. Cyro Martini, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Francisco Renan Proença.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;

- da CEC. Relator Ver. Wilson Santos: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR n° 038/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cyro Martini, solicitando seja o PR n° 038/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimentos encaminhados à Mesa.

 

(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, solicito que seja feita verificação de "quorum".

 

O SR. SECRETÁRIO: (Após fazer a verificação de "quorum".) Não há "quorum", Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h23min.)

 

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